Fazia pouco que terminara o namoro. Sentada em seu quarto ela se imaginava linda, deslumbrante, confiante, caminhando pelas ruas da cidade. A cada passo que dava atraía olhares de respeito e admiração das outras fêmeas e olhares de cobiça e desrespeito dos homens. Todavia, isso não era o principal para ela. Só interessava a superioridade que exalava. Sim, superioridade. Palavra magnífica. Entre um passo e outro, passara pelo ex. Ele, por sua vez, era o contrário. Deitado à beira de uma fossa, embriagado de emoções negativas. Abatido. Inferior. Ela mal olhara para ele. Não o devia satisfação de sua alegria. Sua força dizia que ela era mais forte. E face a face, isso se comprovara. Em sua mente o ex estava fossilizado.
.
Agora toda história retrocede. Como quando se volta o filme. Os passos são desfeitos, os olhares nunca ocorreram. Ela volta à realidade. E se percebe cruelmente emersa da imaginação. Sozinha em seu quarto de baixa luminosidade. Olha-se no espelho, depara-se com um rosto maltrato pela tristeza, embebido em lágrimas. Veste sua máscara que esbanja largo e falso sorriso e sai porta a fora.