quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Ela


Superação é uma palavra que odeio nesse momento. O tempo todo ouço que o tempo é um sábio remédio e que algum dia riremos das lágrimas caídas ontem e hoje. Nada disso tem me convencido. Parece que nada mais me acalma, me aquieta, me pacifica.

Olhei para ela e não consegui disfarçar o desconcerto. Previsível, mas inevitável. "Salão de festas. Abraços.

-Como vai?

Papo furado. Sorrisos.

- Vai bem!

Sapatos dançando. Vestido. Olha só...

- Tá acompanhada
- Mentira
- Aham!

Meio da festa. Olhares. Ué! Senta do lado. Com gelo, melhor. Suor na testa. Pigarro e...

- Pois é..."

Não passa mais disso. Vontades não realizadas. Reciprocidade do querer afogada no platônico. Um saco! Uma mistura de culpa com medo da vergonha que vem junto da sinceridade. E quase todo meu viver se baseia nisso, atualmente.

Dias depois, em uma dessas conversas que mais massacram do que ajudam, ela perguntou:

- Tu realmente não tem mais nada a me dizer? É só isso?

Escrevi:

- Sim.. Tenho saudade!

Deixei o cursor piscando quase 10 minutos. Então apaguei e falei qualquer amenidade; o medo sempre vence. Assim seguimos incompletos. Essa é a verdade.

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