quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A boa solidão e os Móveis

Hoje é um daqueles dias em que fico tentando achar a respiração ideal que me dará a inspiração perfeita para escrever. Li e rê-li algumas coisas boas. Ouvi muita música excelente. E eis que a inspiração se apresenta das observações. Estou me desafiando nesses posts mais recentes a escrever em primeira pessoa. Certa vez um amigo, na ocasião de um jogo que envolve álcool e perguntas capciosas - Eu nunca - bradou: "Pessoas que dizem a verdade no Eu nunca são umas fracas". Naquele momento espontaneamente pensei: "Putz!". Porque sou muito fraco. Não por efeito etílico, mas sempre falo a verdade quando essa é a regra do jogo - o que leva a momentos desconcertantemente embaraçosos. Pois bem, prefiro minhas autorias em terceira pessoa porque assim não importa de quem estou falando. É ficção! Claro que posso escorregar particularidades, mas a essência da estória não está voltada a mim. Já quando começo o texto com 'eu' é como no jogo. Maldição, sou fraco.

Mas o que quero abordar mesmo é a boa leitura, a excelente música, a inspiração, a beleza da solidão e uma asiática. Estou lendo Cem anos de solidão. Não preciso dizer quão bom é um livro que ganhou o prêmio Nobel de literatura. Ando ouvindo quase que incessantemente a banda Móveis Coloniais de Acaju. Perfeita! A inspiração ultimamente vem mais da esquerda do que de qualquer outro lugar. Sim, essa última frase só faz sentindo para mim (chata essa subjetividade sincera da primeira pessoa, neh?!). E a solidão! Ah, o só. Fui ao show dessa banda que recém citei (recomendo). Fui sozinho. Peguei um ônibus, caminhei algumas quadras da Cidade Baixa e cheguei ao meu objetivo. Fiquei horas pensando em como ando fazendo coisas solito. As vezes isso era uma divagação melancólica, mas a conclusão é feliz. Muito feliz. Nunca havia sentado na Praça da Alfândega, sorvendo um sorvete enquanto lia. Nunca havia caminhado meio sem rumo por "pontos turísticos" do centro de POA com a liberdade de entrar em um Cebo só para ver se algo me agradava - foi onde descobri quão genial é a escrita do Woody Allen. E o show. Foi quase inexplicável. O Móveis é a banda mais animada que já vi. Já fui num show da Ivete Sangalo (viu, não resisto ao embaraço) e não foi tão animado quanto esses nove caras de Brasília. E por que foi tão bom? Porque eu estava sozinho. Não costumo dançar. É constrangedor para mim e deveras engraçado aos que assistem. Ao som do Móveis dancei feito criança (não como um abobado que não liga para o julgamento alheio, mas como um despreocupado). Despretenciosamente me diverti. Sem contar a asiática ao meu lado. Certamente a mais linda que já vi. Não repararia nela caso estivesse acompanhado. Ah! Que asiática. Não sou do tipo de homem com feitiches por esse fenótipo, mas essa asiática era radiante.

A palavra solidão carrega consigo algo negativo. Balela! Me inspiro de ultimamente estar só, feliz!

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